EDITORIAL
Acidentes Invisíveis, Vidas Irreparáveis.
Acidentes marcam tragicamente o setor de alpinismo industrial no Brasil. Poucos deles são divulgados na mídia. Os casos noticiados pela imprensa são apenas a ponta de um iceberg sombrio: a maioria dos acidentes em altura sequer chega ao conhecimento público. São vidas perdidas em silêncio, famílias devastadas sem manchetes, histórias interrompidas sem investigação. O que esses episódios revelam não é apenas a fragilidade das operações em altura, mas a normalização do risco como parte do cotidiano profissional. A pressa por produtividade, a pressão por prazos e a busca por redução de custos têm transformado o trabalho em altura em uma roleta russa institucionalizada. E quando o acidente acontece, a culpa se dilui — entre o profissional que “assumiu o risco”, a empresa que “cumpriu a legislação”, o contratante que “não sabia dos detalhes técnicos” e o sistema que “não fiscalizou”. Mas acidentes em altura não são fatalidades. São sintomas de um sistema que falha em reconhecer que segurança não é custo, é valor. Que formação não é papel timbrado, é preparo real. Que um curso de NR35 vendido como diploma rápido é uma sentença potencial. Que a escolha de uma empresa sem histórico técnico é uma aposta na sorte — e que sorte não salva vidas. Este editorial é um chamado à responsabilidade coletiva. É hora de romper o ciclo da negligência e construir um pacto nacional pela vida no trabalho em altura. Um pacto que vá além da legislação, que envolva contratantes conscientes, empresas éticas, profissionais preparados e órgãos fiscalizadores atuantes. Um pacto que reconheça que cada vida perdida é uma tragédia que reverbera em famílias, comunidades e na dignidade do trabalho. A AlpiLink se compromete a ser voz ativa nessa transformação. Nesta edição, exploramos os bastidores dos acidentes, ouvimos especialistas, trazemos dados, depoimentos e propostas. Porque cada corda rompida não pode ser apenas um número — é uma vida que se foi e uma responsabilidade que precisa ser assumida.
Boa leitura!
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Contratante, você sabe o que está comprando?
Em um mercado cada vez mais competitivo, em que prazos apertados e metas agressivas ditam o ritmo das operações, a contratação de serviços especializados — como o acesso por corda — muitas vezes é tratada como uma simples linha de custo. O problema é que, nesse cenário, o que deveria ser uma escolha técnica e criteriosa se transforma em uma corrida por orçamentos mais baixos e prazos mais curtos. E o resultado, infelizmente, tem sido medido em quedas, fraturas, óbitos e famílias destruídas. A pergunta que abre esta matéria é direta: contratante, você sabe o que está comprando? Porque, quando se trata de trabalho em altura, não estamos falando apenas de prestação de serviço. Estamos falando de vidas humanas suspensas por cordas, ancoradas por decisões que começam muito antes da execução — na escolha da empresa, na análise da capacitação, na exigência de protocolos e na cultura de segurança que se adota (ou ignora). Vamos explorar os principais pontos que todo contratante precisa considerar antes de assinar um contrato com uma empresa de alpinismo industrial? Porque segurança não se terceiriza — ela se constrói com responsabilidade. 1. A pressa que mata: quando o cronograma vale mais que a vida. A pressão por prazos curtos é um dos principais fatores que levam à contratação de empresas despreparadas. Em vez de priorizar a análise técnica, muitos contratantes optam por quem “entrega mais rápido” ou “cobra menos”. O problema é que, no trabalho em altura, cortar etapas significa cortar vidas. Empresas despreparadas costumam: . Substituir treinamentos completos por cursos relâmpago. . Utilizar equipamentos fora da validade ou sem certificação. . Não possuir plano de resgate ou equipe de apoio. . Ter histórico de acidentes ocultado ou não documentado. . A pressa, nesse contexto, não é apenas inimiga da perfeição — é cúmplice da tragédia. 2. Certificado ≠ Capacitação: o engano da NR35 Anexo 1 como único critério. É comum que contratantes exijam apenas a apresentação de certificados como a NR35 para validar a aptidão de um profissional. No entanto, a NR35 é um curso básico, que por si só não garante a competência técnica para executar tarefas complexas em altura. O que está em jogo: Muitos cursos são vendidos como “diplomas rápidos”, sem prática real. Há instrutores sem vivência de campo, repassando conteúdo teórico desatualizado. Empresas contratadas não verificam a autenticidade ou a qualidade da formação. A exigência de certificados deve ser apenas o ponto de partida. A verdadeira capacitação exige prática supervisionada, reciclagem contínua e avaliação de desempenho em campo. 3. O que todo contratante deveria investigar. Antes de contratar uma empresa de acesso por corda, é essencial realizar uma due diligence técnica ( uma avaliação aprofundada das condições, riscos e ameaças técnicas de um projeto, ativo ou tecnologia antes de uma transação). Isso significa ir além do preço e do prazo e investigar profundamente a estrutura e a cultura da empresa prestadora. Checklist mínimo para contratantes: . Histórico de acidentes e incidentes: a empresa possui registros? . Como lida com quase acidentes? . Qualificação dos instrutores e supervisores: possuem experiência real de campo? . São certificados por entidades reconhecidas? . Equipamentos utilizados: são certificados, rastreados e inspecionados regularmente? . Plano de resgate: existe? . É treinado com frequência? . Está adaptado ao ambiente da obra? . Cultura de segurança: há canais de denúncia? . Os profissionais são incentivados a recusar tarefas inseguras? Contratar sem essas respostas é como construir um prédio sem fundação.
Dicas das Alturas
Atenção aos procedimentos básicos para crescer na carreira do alpinismo industrial.
Quase Acidentes não são Quase Nada!
Como a Negligência de Comportamentos e de Procedimentos Técnicos Leva ao Acidente que Nunca Deveria Acontecer.
Confira, a seguir, orientações fundamentais para fortalecer sua carreira e se proteger em um setor que exige precisão e atualização constante.
Em qualquer atividade de risco, especialmente no alpinismo industrial, a negligência — seja de comportamento, seja de procedimentos técnicos — não é um detalhe: é uma semente. Uma semente que, se não for identificada e eliminada, germina silenciosamente até se transformar em um acidente real, muitas vezes com consequências graves ou fatais. O paradoxo é que quase sempre os acidentes não surpreendem. Eles são antecedidos por sinais, pequenas irregularidades, evidências ignoradas, desvios tolerados, pressa aceita, falhas normalizadas. Entre esses sinais, um deles é, talvez, o mais poderoso e o mais negligenciado: o quase acidente.
1. O quase acidente: o alerta que muitas empresas não sabem interpretar.
Um quase acidente é qualquer situação em que, por pouco, não ocorreu um acidente real. Faltou um detalhe. Um segundo. Um centímetro. Não houve lesão. Não houve queda. Não houve morte. Mas poderia ter havido. E justamente por não ter ocorrido o pior, muitos profissionais e empresas cometem o erro mais perigoso: normalizam. “Ainda bem que não aconteceu nada.” “No fim, deu certo.” “Só escapou porque o trabalhador é experiente.” “Vamos seguir, porque o cliente está cobrando.” Essa postura coloca a organização em rota direta com o próximo acidente — que deixará de ser “quase”. No alpinismo industrial, em que cada movimento depende de análises técnicas, ancoragens, redundâncias e comportamentos seguros, um quase acidente é um marco vermelho, um alarme, uma fronteira ultrapassada que exige imediata resposta técnica e gerencial.
2. Como a negligência de comportamentos e procedimentos técnicos gera acidentes.
No alpinismo industrial, acidentes raramente são causados por um único fator. Eles são o somatório de pequenos desvios. Entre os principais comportamentos negligentes, encontramos: Comportamentos que levam a acidentes . Trabalhar com pressa, tentando “entregar logo”. . Ignorar o check duplo ou pular etapas de inspeção. . Utilizar técnica improvisada ou inadequada ao cenário. . Subestimar riscos “porque já fiz assim antes”. . Não comunicar falhas, quase acidentes ou condições inseguras. . Confiar excessivamente na própria experiência (“eu sei me virar”). . Deixar de seguir o procedimento porque “atrapalha o ritmo”. . Aceitar ordens inseguras para evitar conflito com liderança ou cliente. Procedimentos técnicos negligenciados . Ausência de análise prévia de risco detalhada (APR/PT). . Falhas de inspeção em equipamentos e ancoragens. . Desrespeito à redundância obrigatória em linhas, cordas e sistemas. . Ausência de supervisão técnica capacitada. . Uso de EPIs e EPCs inadequados, desgastados ou fora de especificação. . Comunicação operacional falha (rádios, sinais, plano de movimentação). . Falta de plano de resgate previamente estruturado e ensaiado. Nenhum acidente acontece do nada — ele é sempre a consequência de negligências somadas e ignoradas ao longo do tempo.
3. Evitar o acidente significa tratar seriamente o quase acidente.
A melhor ferramenta de prevenção de acidentes é a investigação sistemática dos quase acidentes. . Eles mostram falhas antes que elas matem. . Mostram vulnerabilidades do sistema antes que ele colapse. . Revelam comportamentos que exigem correção técnica e educacional.
4. O que profissionais de alpinismo industrial devem priorizar.
4.1. Comunicação imediata O trabalhador deve comunicar qualquer quase acidente ou condição insegura no mesmo instante — sem medo de punição. 4.2. Registro formal Todo quase acidente deve ser documentado em: . Ficha de relatório; . Registro digital; . Formulário próprio da empresa. Sem registro, não há aprendizado. 4.3. Reavaliação técnica da atividade Após o relato, é obrigatório revisar: . Plano de trabalho; . APR; . Procedimentos técnicos; . Sistemas de ancoragem; . Equipamentos utilizados. 4.4. Parada técnica Se um quase acidente ocorreu, deve haver interrupção imediata da atividade para análise profissional. 4.5. Reforço de conduta e técnica Ações que devem seguir: . Reorientação técnica no local; . Esclarecimento de comportamento seguro; . Correção de desvios; . Revisão conjunta do passo a passo.
5. O que empresas fornecedoras de mão de obra devem priorizar.
5.1. Cultura de não retaliação Nenhum trabalhador deve temer punição por relatar um quase acidente. 5.2. Sistema estruturado de registro e investigação Com responsáveis definidos, métodos claros e prazos. 5.3. Treinamentos periódicos de comportamento e técnica Principalmente sobre: . Percepção de risco; . Análise de causa raiz; . Reforço dos procedimentos operacionais padrão (POPs); . Técnicas de inspeção de equipamentos; . Condutas seguras em operações verticais. 5.4. Supervisão presente e qualificada Supervisores devem atuar como orientadores técnicos e não apenas como fiscais. 5.5. Revisão de procedimentos após cada evento Cada quase acidente deve gerar: . Lição aprendida; . Melhoria de procedimento; . Comunicação para toda empresa.
6. O que empresas contratantes devem priorizar.
Contratantes têm papel fundamental — e responsabilidade compartilhada. 6.1. Exigir APR real, não APR de gaveta Somente autorizar trabalhos verticais após análise de risco consistente. 6.2. Validar o plano de resgate Nenhum trabalho em altura existe sem plano de resgate válido. 6.3. Garantir condições seguras no local Ambiente, estruturas, acessos e ancoragens devem estar conforme normas e procedimentos. 6.4. Participar das investigações Se o quase acidente ocorreu na sua planta, você também precisa aprender com ele. 6.5. Rejeitar normalizações Qualquer contratante que tolera improvisos ou pressão por produtividade está colaborando para o próximo acidente.
7. Quase acidentes não podem fazer parte da cultura.
Uma empresa que se orgulha de “não ter acidentes” mas tem dezenas de quase acidentes por mês não está segura — está com sorte. E sorte não é estratégia. Uma cultura madura é aquela que: . Identifica desvios; . Corrige; . Aprende; . Documenta; . Transforma o sistema; . Valoriza o comportamento seguro; . Elimina a normalização do risco.
No alpinismo industrial, cada atitude negligente é uma rachadura no sistema de segurança. E cada quase acidente é um sinal de alerta — um chamado para agir antes que o evitável se torne irreversível. Prevenir acidentes é, antes de tudo, aprender com aquilo que quase aconteceu. Profissionais, empresas fornecedoras e contratantes precisam enxergar o quase acidente não como acaso, mas como oportunidade: a oportunidade de salvar a vida que poderia ter sido perdida.
Um quase acidente não é um alívio. É um aviso. Um aviso que precisa ser tratado com a mesma seriedade de um acidente real.
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ARTIGO ESPECIAL
Padrões de Distinção: Recusa de Ordem Insegura x Insubordinação
Em ambientes de risco, especialmente no alpinismo industrial, torna-se essencial estabelecer uma compreensão clara sobre a diferença entre recusa de ordem insegura e insubordinação. Essa distinção não é apenas teórica — ela impacta diretamente a vida dos trabalhadores, a saúde jurídica da empresa e a integridade das operações. A realidade mostra, de um lado, empresas com desvios operacionais que, por pressões improdutivas, desorganização ou falhas de gestão, acabam solicitando a execução de atividades que não poderiam ser ordenadas, por envolverem riscos graves, ausência de controles, falta de planejamento ou infrações às normas de segurança. De outro lado, também é comum encontrar profissionais com desvios de comportamento, que confundem o direito de recusa com a liberdade irrestrita de não cumprir tarefas, adotando atitudes de insubordinação, mesmo diante de ordens seguras, lícitas e compatíveis com suas funções. Por isso, compreender com precisão o que é direito e o que é infração não apenas evita conflitos, mas fortalece a cultura de segurança, aprimora o relacionamento entre liderança e equipe e preserva vidas. O restante deste artigo apresenta, de forma objetiva e técnica, os padrões que diferenciam uma conduta da outra.
1. A recusa de ordem insegura
A recusa de ordem insegura ocorre quando o trabalhador, ao identificar um risco grave e iminente à sua saúde ou à sua vida, interrompe a execução da atividade. Essa conduta não apenas é legítima — como também é protegida por lei. Motivação A motivação é clara: proteger a própria vida e a integridade física diante de uma condição que representa perigo real.
Caráter da Ordem A ordem recusada costuma apresentar pelo menos um dos seguintes elementos: . É ilegal (contraria normas de segurança); . É imoral; . Expõe o trabalhador a risco sério e imediato. Como o trabalhador deve proceder O comportamento esperado é informar imediatamente o superior, descrevendo o risco percebido, e permanecer à disposição da empresa em um local seguro até que a situação seja regularizada.
2. Insubordinação
A insubordinação, por outro lado, é o descumprimento intencional de uma ordem que é: . Lícita, . Moral, . Segura e tecnicamente respaldada, . Compatível com o contrato de trabalho. . É uma violação direta do dever funcional e, por isso, pode gerar penalidades. Motivação Diferentemente da recusa de ordem insegura, a motivação aqui não está relacionada ao risco. Ocorre quando o trabalhador simplesmente decide não cumprir a tarefa sem justificativa plausível ligada à segurança ou à legalidade.
Caráter da Ordem A ordem é: . Lícita (está dentro da lei); . Moral (não viola diretrizes éticas); . Pertinente ao contrato de trabalho. Como se manifesta A recusa é feita sem motivo técnico ou legal, frequentemente sem comunicação adequada, configurando quebra de conduta.
3. Por que essa distinção é essencial para a empresa?
Confundir recusa de ordem insegura com insubordinação é um risco para qualquer organização. Quando um colaborador é punido por exercer um direito, cria-se: Insegurança jurídica; Queda de confiança; Enfraquecimento da cultura de segurança; Aumento da probabilidade de acidentes graves ou fatais. Da mesma forma, deixar de tratar a insubordinação como uma violação real pode comprometer disciplina, produtividade e responsabilidade. Uma liderança madura sabe que segurança não se negocia e que o diálogo transparente é o primeiro passo para entendimento, prevenção e confiança. A diferença entre recusa de ordem insegura e insubordinação não está apenas na ação, mas no propósito e no contexto. Enquanto a primeira é um direito fundamental que protege vidas, a segunda é uma infração que prejudica a organização. Reconhecer esses padrões, treinando equipes e líderes para identificar, registrar e tratar cada situação de maneira adequada, fortalece a cultura organizacional e promove um ambiente de trabalho mais seguro, ético e responsável.
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NOVIDADES ALPCON
Erradicar a cultura do quase acidente é a forma da ALPCON honrar cada trabalhador e fortalecer todo o setor.
Outubro Rosa.
O Outubro Rosa é um mês de mobilização global dedicado à conscientização sobre o câncer de mama e à importância do diagnóstico precoce. Para nós, do Grupo ALPCON, não se trata apenas de apoiar uma campanha, mas de reforçar um compromisso humano e social que está acima de qualquer capacitação técnica: o compromisso com a vida. Neste ano, fortalecemos esse movimento com uma ação especial: a gravação de um episódio do ALPCast exclusivamente com as mulheres que fazem parte da nossa equipe — profissionais que atuam com coragem, competência e sensibilidade em um setor historicamente marcado pela presença masculina. Elas falaram sobre suas trajetórias, desafios, descobertas e sobre a importância do autocuidado e da prevenção. Além disso, promovemos uma campanha nas redes sociais para ampliar a conscientização entre colaboradores, clientes, parceiros e toda a comunidade profissional do alpinismo industrial. Mais do que um gesto simbólico, buscamos ser agentes ativos na difusão de informação de qualidade e incentivar que todas as mulheres realizem seus exames e consultas preventivas. Ao final, lembramos que a prevenção é, também, uma forma de salvar vidas. E que a força do nosso trabalho em altura só faz sentido quando caminhamos juntos na construção de um futuro mais saudável, mais consciente e mais humano.
Os Treinamentos Não Param.
O Centro de Treinamento ALPCON segue em ritmo constante, recebendo novos alunos que chegam motivados pelo desejo de se formar, se atualizar e aperfeiçoar suas técnicas no alpinismo industrial. A cada nova turma, percebemos que cresce não apenas o interesse pelo setor, mas também a consciência sobre a importância da qualificação sólida, da segurança e do profissionalismo. Os participantes que procuram a certificação internacional da ANEAC ou os crusos NR33 e NR35 não buscam apenas um título — eles buscam evolução. Cada módulo, cada prática e cada avaliação representam um processo intenso de desenvolvimento técnico, disciplina, resiliência e compromisso com os mais altos padrões da atividade. O movimento contínuo no CT ALPCON mostra que o setor está vivo, em crescimento e cada vez mais exigente. E é nessa jornada de aprimoramento permanente que encontramos o verdadeiro valor do treinamento: formar profissionais preparados, conscientes e responsáveis para atuar com excelência em qualquer cenário. Que cada novo alpinista industrial leve consigo o orgulho, a responsabilidade e a ética que caracterizam o padrão ALPCON.
Novos Trabalhos, Novos Desafios.
O mercado de alpinismo industrial segue em expansão, impulsionado pela necessidade de soluções mais eficientes, seguras e tecnicamente qualificadas para serviços em altura e locais de difícil acesso. A cada mês, surgem novas demandas, novos projetos e novas oportunidades — e nós estamos atentos a cada uma delas. No Grupo ALPCON, entendemos que crescimento só é sustentável quando vem acompanhado de aprimoramento contínuo. Por isso, investimos em capacitação, reciclagens, padronização técnica, atualização conforme normas e, principalmente, no desenvolvimento humano de nossos profissionais. Novos trabalhos exigem novas competências. E nós estamos prontos: equipe preparada, estrutura atualizada, metodologia consolidada e compromisso absoluto com segurança, disciplina e qualidade. Seguiremos contribuindo para um mercado cada vez mais forte, ético e profissionalizado. E para cada cliente, reforçamos: podem contar conosco para desafios novos, grandes ou complexos — estamos preparados para evoluir junto com o setor.
Mais um Simulado de Resgate na Niterra.
Novamente, fomos honrados com o convite da Niterra para conduzir um novo simulado de resgate, envolvendo seus colaboradores internos e externos. Essa parceria contínua demonstra confiança no nosso trabalho e reforça a importância de preparar equipes de forma realista, técnica e alinhada às melhores práticas do setor. O simulado foi planejado para reproduzir situações críticas em ambientes de altura e espaços confinados, promovendo a vivência operacional necessária para que cada profissional consiga agir com segurança, precisão e calma diante de emergências reais. O objetivo é simples — mas essencial: Desenvolver equipes mais confiantes, rápidas e tecnicamente preparadas para salvar vidas. Reiteramos nossa gratidão à Niterra pela confiança renovada. Para nós, cada simulado é uma oportunidade de melhorar processos, reforçar condutas e elevar o padrão de segurança nas operações industriais. Seguiremos firmes, lado a lado, na missão de fortalecer uma cultura de prevenção que faça diferença no dia a dia e na vida de cada trabalhador.
ALPCON marca presença na Semana da Engenharia da UniFECAF.
A ALPCON esteve presente na Semana da Engenharia da UniFECAF, participando da programação com uma palestra especial sobre o alpinismo industrial, seu papel no mercado atual, suas exigências técnicas e as oportunidades de carreira em um setor que não para de crescer. Durante o encontro, os estudantes tiveram a chance de conhecer de perto a realidade de uma profissão que vem se consolidando como uma das mais promissoras no país, impulsionada pela expansão de serviços industriais, inspeções, construção civil, energia, manutenção e outras áreas que demandam trabalho em altura de forma segura, qualificada e regulamentada.
A ALPCON agradece imensamente à UniFECAF, na figura do Prof. Fábio Larsen, pela oportunidade de contribuir com conhecimento, compartilhar experiências reais do mercado e despertar novos talentos para uma área que cresce dia após dia.
Alpinismo Industrial em Destaque: Gilberto Matheus Conversa com a Revista Questão de Ordem.
Com o compromisso de ampliar a compreensão e a valorização do alpinismo industrial junto aos mais diversos setores da sociedade, o presidente da ALPCON, Gilberto Matheus, participou do podcast da Revista Questão de Ordem, produzido no Centro de Treinamento ALPCON, localizado em Barueri, São Paulo. O episódio foi marcado por um bate-papo leve, rico e esclarecedor, no qual Gilberto compartilhou sua trajetória, experiências práticas e reflexões sobre a evolução do setor.
Aprimoramento Contínuo: A Evolução Também Passa pelo Time Comercial
A busca pelo aprimoramento é uma marca que acompanha todas as áreas do Grupo ALPCON — e não poderia ser diferente no setor comercial. Em um mercado dinâmico, técnico e altamente competitivo como o de serviços em altura, estar preparado significa compreender profundamente o cliente, o cenário operacional e as soluções seguras que entregamos. Com esse compromisso permanente, o desenvolvimento do nosso time comercial também se torna prioridade estratégica. Por isso, representantes da Alpcon Serviços e da Alpcon Facility participaram do curso Furacão de Vendas, ministrado por Débora Santos, uma capacitação reconhecida por elevar o desempenho, a comunicação e a assertividade de equipes comerciais. A formação proporcionou novos insights, técnicas atualizadas e ferramentas práticas para fortalecer e aprimorar cada etapa da jornada do cliente — desde o primeiro contato até a entrega final das soluções.
2026 já começou — e quem se planeja agora chega mais longe e mais seguro.
No alpinismo industrial, quem trabalha em altura sabe: não existe espaço para improviso. Cada manobra, cada ancoragem, cada decisão exige técnica, preparo e atualização constante. Por isso, 2026 já chegou para a ALPCON — e com ele, uma oportunidade única para profissionais e empresas que querem organizar sua agenda de treinamentos com inteligência, economia e segurança. A partir de agora, estão disponíveis preços e condições especiais para quem garantir antecipadamente seus pacotes de cursos para todo o ano. É a chance de planejar, distribuir a carga de treinamento, evitar imprevistos e manter as equipes certificadas, atualizadas e em conformidade com as normas mais exigidas do setor. Organize hoje o que fará diferença no trabalho amanhã Ao adquirir antecipadamente seu pacote para 2026, você garante vaga e planejamento para: NR 35 Anexo 1 – Trabalho em Altura NR 33 – Espaços Confinados N1, N2, N3, Resgatista – Certificação Internacional ANEAC Training Day – Contratação de diárias para reciclagem técnica em nosso Centro de Treinamento com o acompanhamento personalizado de nossos instrutores. Esses cursos e atividades não são apenas requisitos legais — são ferramentas de sobrevivência, profissionalização e valorização de carreira. Um currículo atualizado e certificado abre portas, fortalece equipes e reduz significativamente riscos operacionais. Por que planejar agora? Porque o mercado está aquecido. Porque as agendas das empresas estão cada vez mais cheias. Porque quem deixa para “depois” acaba sem vaga, sem prazo e sem alternativas. Planejar é estratégico. Comprar antecipadamente é inteligente. E para quem vive em alta performance, tempo é um recurso tão valioso quanto a própria segurança. ALPCON: ajudando você a subir, com segurança e planejamento. 2026 será um ano de grandes demandas para o setor. E queremos que você esteja preparado, certificado e confiante. Garanta seu pacote anual, organize a agenda da empresa e assegure que sua equipe esteja sempre pronta para operar com excelência. A altura exige respeito. O futuro exige planejamento.
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INSIGHTS MAKENOISE ESG
Quando um Alpinista cai, Uma Família Desaba
Quando um trabalhador em altura sofre um acidente fatal, o impacto não termina no chão. Ele se espalha como uma onda invisível, atingindo lares, sonhos, projetos e vínculos que jamais serão os mesmos. A morte de um alpinista industrial não é apenas uma estatística — é a ruptura de uma rede afetiva, emocional e financeira que sustentava muito mais do que a operação em si. No Brasil, dezenas de acidentes em altura ocorrem todos os meses, muitos deles fatais. Mas a maioria não vira manchete. Não há cobertura jornalística, não há comoção nacional, não há debate público. O silêncio que envolve essas mortes é tão cruel quanto a queda que as causou. E nesse silêncio, famílias inteiras tentam reconstruir suas vidas com dor, indignação e, muitas vezes, sem apoio. Dar voz a quem raramente é ouvido é um dever moral. Em meio aos escombros emocionais deixados por acidentes fatais, familiares relatam histórias de abandono, negligência e invisibilidade institucional. “Meu marido caiu de uma altura de 30 metros. Ele tinha 34 anos e dois filhos pequenos. A empresa disse que ele estava ‘ciente dos riscos’, mas nunca nos procuraram depois. Foi como se ele tivesse desaparecido do mundo”, relata Ana Paula, viúva de um alpinista industrial. Carlos, irmão de outra vítima fatal, desabafa: “Ele morreu em uma obra em altura. Descobrimos que o equipamento estava vencido. A empresa terceirizada sumiu. Hoje, minha mãe vive com depressão profunda. Ele era o único provedor da casa.” Esses relatos, embora fictícios, refletem histórias reais e frequentes. São narrativas que raramente chegam à mídia, não geram investigações públicas e quase nunca recebem atenção social. O luto dessas famílias é solitário, burocrático e, frequentemente, negligenciado. A dor se soma à sensação de que nada mudará após a tragédia. O impacto financeiro e psicológico da morte de um trabalhador em altura é devastador. Quando o principal provedor não volta para casa, abre-se um vazio que não se calcula apenas em números. É o fim da renda que sustentava o lar, o início de entraves jurídicos para acessar benefícios e indenizações, o endividamento para cobrir funeral, aluguel, alimentação e até a interrupção dos estudos dos filhos por falta de condições. Do ponto de vista emocional, os danos são profundos: ansiedade, depressão, colapsos familiares, rupturas afetivas e o trauma que se impõe sobre crianças e adultos. Segundo dados da OIT, cada morte no trabalho afeta diretamente entre quatro e seis pessoas do círculo familiar. Em profissões como o alpinismo industrial, o impacto costuma ser ainda maior, pois muitos desses trabalhadores são jovens e ocupam papel central na manutenção da família. Mas a tragédia não encontra eco na sociedade. Existe uma invisibilidade cruel quando o assunto é acidente fatal em altura. Por que essas mortes não geram comoção? Por que não estão nos jornais, nas campanhas, nas discussões legislativas? Por que não provocam mobilização coletiva? A resposta está na estrutura do trabalho: são profissionais terceirizados, muitas vezes subcontratados em longas cadeias produtivas, invisíveis aos olhos do público final. Existe ainda a crença equivocada de que o trabalho em altura é “naturalmente perigoso”, como se isso justificasse qualquer negligência. Soma-se a isso a cultura de culpabilização da vítima — “ele sabia dos riscos” — e a blindagem jurídica tanto de contratantes quanto de empresas prestadoras. O resultado é um silêncio institucionalizado que perpetua a negligência. É nesse cenário que surge a necessidade urgente de romper a lógica da indiferença. Não podemos mais aceitar que a vida de profissionais do alpinismo industrial seja tratada como uma nota de rodapé operacional. Quando há o descuido, não é apenas um trabalhador que cai: é uma família que desaba, uma rede que se rompe, um futuro que se desfaz. Romper o silêncio é, antes de tudo, reconhecer a dignidade dessas vidas e assumir a responsabilidade coletiva de impedir que novas quedas aconteçam.