EDITORIAL
A segurança no acesso por corda nunca é um tema esgotado.
Pelo contrário, a cada avanço tecnológico, nova regulamentação ou experiência adquirida em campo, descobrimos novas formas de tornar o trabalho em altura mais eficiente e, principalmente, mais seguro. Nesta edição da AlpiLink, abordamos um tema que exige vigilância constante: os acidentes no setor, suas causas, impactos e as melhores práticas para prevenção.
Embora os números mostrem que o acesso por corda é uma das metodologias mais seguras para trabalhos em altura, ainda assim incidentes ocorrem — e, quando acontecem, são um sinal claro de que algo precisa ser aprimorado. Seja uma falha no equipamento, um erro humano ou um fator ambiental inesperado, a análise aprofundada dessas situações nos permite aprender e evoluir.
Nesta edição, reunimos informações detalhadas sobre os principais desafios enfrentados pelos alpinistas industriais em relação à segurança, trazendo insights de especialistas, experiências internacionais e novas tecnologias que podem fazer a diferença na rotina desses profissionais. Além disso, exploramos como diferentes países vêm lidando com o aprimoramento dos protocolos de segurança e quais lições podem ser aplicadas ao cenário brasileiro.
Acreditamos que a excelência em segurança não se constrói apenas com normas rígidas, mas com cultura. E cultura exige educação, diálogo e o compromisso coletivo de empresas, trabalhadores e entidades certificadoras. Esperamos que esta edição inspire reflexões e ações concretas para fortalecer, cada vez mais, a segurança no setor.
Boa leitura!
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OS RISCOS DE ACIDENTES
Segundo dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) demonstram que em 2023 ocorreram em São Paulo 373 acidentes típicos, com morte. No Brasil esse número chega a 2.888 acidentes fatais, no mesmo período. Novo sistema do MTE o eSocial facilita a administração de todas as informações relativas aos trabalhadores brasileiros.
O sistema registrou em 2023 um total de 499.955 acidentes de trabalho. Dentre os setores que mais registraram acidentes de trabalho com mortes e lesões graves no Brasil estão os setores da Construção Civil e de Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros. No setor da Construção Civil as principais causas estão relacionadas à queda de altura, soterramento e choque elétrico.
O acesso por corda é reconhecido mundialmente por ser uma das técnicas mais seguras e eficientes para trabalhos em altura. No entanto, mesmo com rigorosos padrões de segurança, acidentes ainda podem ocorrer, e suas consequências podem ser graves. Para reduzir esses riscos, é essencial compreender os fatores que levam a incidentes e investir continuamente em prevenção.
Um dos principais fatores de risco é a falha de equipamentos. Cordas, mosquetões, cintos e ancoragens sofrem desgaste ao longo do tempo, e o uso de materiais comprometidos pode levar a acidentes fatais. Inspeções regulares são essenciais para garantir que cada peça esteja em perfeitas condições de uso. Tecnologias como sensores de desgaste e sistemas digitais de rastreamento de equipamentos, já utilizados na Europa, vêm se mostrando soluções promissoras para minimizar esse tipo de risco.
O erro humano também é uma causa frequente de acidentes. Configurações inadequadas de ancoragem, falhas na comunicação entre a equipe ou desatenção na checagem dos equipamentos podem resultar em incidentes graves. Países como o Canadá e a Austrália vêm apostando em realidade virtual para treinamentos, permitindo que os trabalhadores simulem situações de risco e aprendam a reagir corretamente antes de enfrentá-las na prática.
Outro risco significativo é a queda de objetos. Ferramentas mal fixadas podem causar ferimentos graves em trabalhadores que estão abaixo da área de trabalho. Para evitar esse problema, sistemas de retenção de ferramentas estão sendo cada vez mais utilizados, e empresas que adotam essa prática já relatam uma redução considerável no número de incidentes.
Além disso, fatores ambientais como ventos fortes, chuvas intensas e variações bruscas de temperatura podem aumentar os riscos das operações. A análise prévia das condições climáticas e a adoção de EPIs projetados para diferentes cenários são fundamentais para garantir a segurança dos trabalhadores.
A segurança no acesso por corda é um compromisso coletivo. Empresas, trabalhadores e órgãos reguladores precisam estar alinhados para garantir que as melhores práticas sejam adotadas e continuamente aprimoradas.
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O futuro do setor depende dessa evolução constante.
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DICAS DAS ALTURAS
Conhecimento, Tecnologia e Gestão Inteligente.
A segurança em trabalhos em altura é um desafio que exige mais do que o uso correto de equipamentos.
Requer cultura organizacional, processos bem definidos e a integração entre conhecimento técnico e tecnologia de ponta. Especialistas do setor fazem recomendações valiosas para gestores, supervisores de projeto, técnicos de segurança e contratantes atentos à excelência no acesso por corda. A seguir, trazemos práticas que devem estar no radar de quem busca minimizar riscos e maximizar a proteção dos profissionais.
Mais que EPI: gestão inteligente de recursos
Não basta fornecer os Equipamentos de Proteção Individual — é preciso garantir que estejam rastreáveis, higienizados, dentro do prazo de validade e registrados em sistemas atualizados. O uso de tecnologias para controle de EPIs, como plataformas digitais e etiquetas RFID, ajuda a evitar falhas humanas e garante que nenhum item comprometido chegue ao campo de trabalho.
Olhos atentos: monitoramento como prevenção ativa
Monitorar as atividades em tempo real, por meio de câmeras, sensores de movimento ou checklists digitais, permite identificar desvios de conduta ou situações de risco antes que se agravem. Além de funcionar como elemento de auditoria, esse acompanhamento contínuo também demonstra ao trabalhador que sua segurança é prioridade — o que impacta diretamente na cultura de prevenção.
Quem cuida do corpo e da mente, protege a equipe
A saúde física e emocional do alpinista industrial deve ser acompanhada de perto. Programas periódicos de exames médicos, triagens físicas e psicológicas e escuta ativa em campo fazem parte de uma gestão humana e estratégica. Um trabalhador saudável, com atenção ao seu bem-estar, tem mais foco, mais resistência e maior percepção de risco.
Educar para proteger: formação como processo contínuo
Segurança não se ensina uma vez só. Ela precisa ser reforçada, atualizada e debatida. Investir em educação continuada — de cursos técnicos a simulações práticas e reciclagens periódicas — transforma conhecimento em hábito. Empresas que constroem trilhas formativas internas desenvolvem profissionais mais confiantes e conscientes de suas responsabilidades.
PDCA: a base do aprimoramento real
Planejar, Executar, Checar, Agir — o ciclo PDCA precisa estar presente em todas as operações em altura. Aplicar essa metodologia em treinamentos, projetos e revisões de procedimento garante um processo de melhoria constante, com ajustes baseados em dados concretos e feedbacks reais do campo. Não é um luxo, é uma necessidade operacional.
Entender o acidente é prevenir o próximo
Políticas eficazes de investigação de acidentes e quase-acidentes revelam fragilidades nos processos e são ferramentas valiosas de prevenção. Mais do que buscar culpados, trata-se de entender o que falhou no sistema — e corrigir. A análise deve envolver toda a cadeia, do planejamento à execução.
Organização que salva: a força da documentação
O controle de documentos técnicos, autorizações, registros de treinamentos e certificados de saúde deve ser feito com rigor e precisão. A digitalização desses processos evita perdas, acelera auditorias e garante conformidade com legislações e normas. Mais do que papelada, são garantias jurídicas e operacionais para proteger vidas.
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ENTREVISTA
Dados apontam que aproximadamente 40% dos acidentes de trabalho no país estão relacionados a quedas em altura, sendo a construção civil responsável por 65% desses casos.
Nesta edição, conversamos com um especialista em segurança do trabalho em altura para entender os desafios atuais e as inovações que podem transformar o setor.
Alexandre de Oliveira é graduado em Administração, Pedagogia, Segurança do Trabalho e Engenharia de Produção, com especializações em Segurança do Trabalho, Gestão Empresarial e Psicopedagogia, além de ser pós-graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho. Com mais de 25 anos de experiência na área, atua como consultor, palestrante e assistente técnico de perícia judicial. Atualmente, é coordenador do Curso Técnico em Segurança do Trabalho da FIEB, onde tem transformado a vida de alunos com dedicação e excelência.
1. Quais são os principais fatores que levam a acidentes no acesso por corda?
Os acidentes geralmente ocorrem devido a falhas na análise de risco, uso inadequado de equipamentos, falta de treinamento adequado e condições ambientais adversas.
A negligência na inspeção de equipamentos e na aplicação das normas de segurança também contribui significativamente.
Por isso, quando ocorre um acidente, é fundamental realizar uma análise voltada à prevenção, e não à busca de culpados. A investigação deve identificar falhas nos processos para que elas não se repitam.
2. Como a tecnologia tem ajudado na prevenção de acidentes?
A tecnologia tem desempenhado um papel crucial na prevenção de acidentes, com o uso de dispositivos avançados, como trava-quedas automáticos, sistemas de monitoramento remoto e softwares de análise de risco.
Além disso, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) cada vez mais modernos e resistentes vêm contribuindo significativamente para o aumento da segurança dos trabalhadores.
A integração entre dados, sensores e gestão digital permite respostas mais rápidas e decisões mais precisas em campo.
3. Que tipo de treinamento é mais eficaz para os profissionais da área?
Treinamentos teóricos e práticos, que abordam técnicas de ancoragem, progressão vertical, resgate em altura e o uso correto de equipamentos, são fundamentais para garantir a segurança e a eficiência dos profissionais.
No Brasil, a Norma Regulamentadora NR-35 estabelece os requisitos mínimos para o trabalho em altura, mas os profissionais que atuam com acesso por corda devem buscar certificações específicas, que vão além do básico.
Entre as mais reconhecidas mundialmente estão as da ANEAC (Associação Nacional das Empresas de Acesso por Corda) e da IRATA (Industrial Rope Access Trade Association), que classificam os profissionais em três níveis de qualificação: N1, N2 e N3.
A ALPCON está, sem dúvida, na vanguarda desses treinamentos no Brasil, oferecendo formação com excelência, estrutura adequada e instrutores experientes.
4. O que o Brasil pode aprender com as práticas internacionais?
O Brasil pode se beneficiar da adoção de normas mais rigorosas, como as europeias EN795 e EN355, que padronizam dispositivos de ancoragem e sistemas de proteção contra quedas.
Além disso, a cultura de segurança em países como Alemanha, Canadá e Reino Unido valoriza fortemente o trabalho em equipe, o compartilhamento de responsabilidades e o uso de tecnologias avançadas para monitoramento e prevenção de riscos.
Incorporar esses elementos ao contexto nacional pode elevar significativamente o padrão de segurança nas operações em altura.
5. Como os profissionais podem contribuir para uma cultura de segurança mais forte?
Os profissionais têm um papel essencial na construção de uma cultura de segurança.
Isso começa com a conscientização individual, passa pela participação ativa em treinamentos contínuos e se consolida na adoção consistente de boas práticas no dia a dia.
A comunicação aberta, o exemplo prático e o comprometimento com a melhoria contínua formam a base dessa cultura — uma verdadeira “Regra de Ouro” para quem atua com responsabilidade em ambientes de risco.
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NOVIDADES ALPCON
Lançar a linha de vida ALPITECH é mais do que apresentar um produto — é reafirmar nosso compromisso com a vida, com a evolução do setor e com a construção de um futuro em que a segurança em altura não seja uma escolha, mas um padrão inegociável.
A ALPTECH FOI LANÇADA: Apresentamos a Linha de Vida da Alpcon.
Segurança em primeiro lugar: conheça a ALPTECH!
Após anos de pesquisa e desenvolvimento, temos o orgulho de apresentar a ALPTECH, a linha de vida projetada por especialistas para garantir segurança total aos trabalhadores em altura. Produzida dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade e certificação, a ALPTECH eleva a proteção a um novo nível, unindo tecnologia, resistência e confiabilidade.
Sua segurança não pode esperar. ALPTECH – inovação que protege!
Novos Alpinistas no Mercado
Mais duas turmas certificadas pela ANEAC no Centro de Treinamento ALPCON!
Após cinco dias intensivos de aulas teóricas e práticas, mais duas turmas de alpinistas profissionais concluíram com sucesso o rigoroso programa de certificação internacional. O treinamento foi realizado no Centro de Treinamento ALPCON, localizado no APCON Facility, em Barueri, onde os alunos puderam se aprofundar nos conhecimentos essenciais para a profissão.
Com total foco na aprendizagem, os participantes estavam bem acomodados no alojamento da estrutura, garantindo máxima concentração tanto nos estudos quanto na retenção dos conteúdos adquiridos. Vale destacar que, no valor do curso, estão inclusos hospedagem, almoço, jantar e lanches durante todo o período do treinamento.
Parabéns aos novos profissionais certificados! Segurança e excelência sempre em primeiro lugar.
Alpcon Serviços agora com monitoramento em tempo real de todos os projetos.
A Alpcon Serviços está investindo em novas tecnologias como parte de seu compromisso com o aprimoramento contínuo. Com a crescente complexidade dos projetos e a demanda por entregas cada vez mais seguras e eficientes, antecipar riscos e tomar decisões rápidas tornou-se essencial.
Por isso, a empresa está implantando sistemas de monitoramento em tempo real, capazes de identificar possíveis falhas antes que se tornem problemas maiores. Dessa forma, é possível agir com agilidade, minimizar impactos e garantir que cada etapa seja concluída com a máxima qualidade e responsabilidade.
O objetivo é claro: evoluir continuamente para oferecer soluções cada vez mais seguras, eficientes e alinhadas às exigências do mercado.
Podcast Alpcon
Com um novo formato e ainda mais conteúdo, o Podcast ALPCON chega trazendo temas essenciais, experiências reais e muito conhecimento compartilhado pelos profissionais do grupo Alpcon e seus convidados. Se você trabalha na área – seja alpinista industrial, técnico de segurança do trabalho ou contratante – não pode perder nenhum episódio!
Cada conversa é uma oportunidade de atualização, de aprimorar suas habilidades e entender as tendências do mercado de acesso por corda. Afinal, informação de qualidade fortalece os profissionais e impulsiona todo o setor.
Aprenda e evolua com o Podcast ALPCON!
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INSIGHTS MAKE NOISE ESG
A SUA SEGURANÇA É MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE VOCÊ IMAGINA.
A segurança no trabalho é um pilar fundamental dentro da agenda ESG (Environmental, Social and Governance). Garantir a proteção dos trabalhadores não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso ético e social que impacta diretamente o bem-estar das pessoas e a sustentabilidade das operações industriais.
Dentro da perspectiva ESG, as empresas que investem em segurança demonstram responsabilidade social ao proteger seus funcionários de riscos evitáveis. Isso não apenas reduz acidentes e afastamentos, mas também melhora a qualidade de vida dos trabalhadores e fortalece a imagem da empresa no mercado.
No aspecto ambiental, a segurança no acesso por corda contribui para a sustentabilidade ao reduzir a necessidade de andaimes e estruturas temporárias, minimizando o impacto no entorno das operações. Além disso, equipamentos mais modernos e duráveis reduzem o desperdício de materiais e garantem uma operação mais eficiente.
Já no eixo de governança, a adoção de padrões rigorosos de segurança demonstra um compromisso com boas práticas empresariais. Empresas que seguem normas internacionais e investem em certificações reconhecidas estão mais preparadas para competir globalmente e evitar passivos trabalhistas decorrentes de acidentes.
A segurança faz parte de um ambiente de trabalho mais justo e humano. Empresas que colocam as pessoas no centro das decisões estão construindo um futuro mais sustentável para todos.