HISTÓRIAS E SABORES DOS ALIMENTOS COM INDICAÇÃO GEOGRÁFICA EM SC
O Cozinha Show reuniu durante dois dias chefs renomados para produzir receitas saborosas contendo, como ingredientes principais, os nove alimentos com Indicação Geográfica em Santa Catarina.
Nesta revista digital você irá conhecer a história desses alimentos e as receitas desenvolvidas, para reproduzir em casa cada prato.
Boa leitura e bom apetite!
Índice:
Peixe branco no vapor com beurre blanc, pérolas de tapioca e vinagrete de pimenta cambuci
(IG Vales da Uva Goethe)
Queijo serrano e batata em duas versões
(IG Queijo Artesanal Serrano dos Campos de Cima da Serra)
Pato defumado com berinjela, queijo serrano e mel
(IG Mel de Melato de Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro)
Degustação e harmonização de 5 vinhos de altitude de SC
(IG Vinhos de Altitude de SC)
Danoninho de banana com farofa de castanhas
(IG Banana da Região de Corupá)
Rosbife de língua de boi com dry rub de erva-mate, roti de maçã, cidró, picles de maçã e canola
(IG Maçã Fuji da Região de São Joaquim)
Blondie de chocolate branco, erva-mate e framboesa
(IG Erva-mate do Planalto Norte Catarinense)
Bolinho caipira de linguiça
(IG Linguiça Blumenau)
Drink Mané Sanja
(IG Cachaça e Aguardente de Luiz Alves)
Entre a serra e o mar, uma uva
Fotos: Willian Mariot
É na fronteira entre paredões da Serra Geral e o mar do litoral catarinense que se erguem os parreirais típicos do sul de Santa Catarina, uma terra de fartura.
Conforme a incidência do sol, os grãos de Uva Goethe crescem em diferentes cores.
Verde, rosa ou roxo, a qualidade da uva é sempre a mesma: excepcional.
O início da história da Uva Goethe em Urussanga nos leva ao século XIX, quando começou a ser plantada por imigrantes italianos.
A fruta gostou tanto do clima e da terra que resolveu ficar: se tornou uma das frutas mais típicas da região, conquistando a Indicação Geográfica e o coração de quem experimenta.
Nas raízes do parreiral da família Pellegrin está a raiz da própria família.
É amor pela natureza ao redor, pela terra e pelo fazer do vinho, que nunca pode faltar na mesa de casa.
Giovanna colhe as uvas como quem agradece aos que vieram antes, mas nunca esquece de olhar para o futuro.
Quer saber mais?
Assista ao minidoc:
Um vinho com alma
Veja como foi a apresentação da IG Vales da Uva Goethe no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Peixe branco no vapor com beurre blanc, pérolas de tapioca e vinagrete de pimenta cambuci
Chefs Arthur Viveiros e Tiago Soar
Peixe Branco no Vapor
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 2 filés de peixe branco (tilápia, robalo, olhete ou outro de sua preferência)
- Sal a gosto
- Pimenta-do-reino a gosto
- 1 colher de sopa de azeite de oliva
Modo de Preparo:
- Tempere os filés de peixe com sal e pimenta-do-reino
- Aqueça uma panela a vapor com água suficiente para gerar vapor sem tocar no peixe
- Coloque os filés no cesto da panela a vapor e cozinhe por cerca de 8 a 10 minutos, até que fiquem opacos e se desfaçam facilmente com um garfo
- Retire do fogo e regue com o azeite de oliva antes de servir.
Fica leve e saboroso!
Sagu de Vinho Branco Salgado
Ingredientes:
- 1 xícara de sagu
- 4 xícaras de água
- 2 xícaras de vinho branco seco
- 1 pitada de sal
Modo de Preparo:
- Em uma panela, cozinhe o sagu com a água em fogo médio, mexendo de vez em quando, até que as bolinhas fiquem quase transparentes (cerca de 20 minutos)
- Escorra e enxágue o sagu em água corrente para remover o excesso de goma
- Na mesma panela, coloque o vinho branco e a pitada de sal. Aqueça em fogo baixo
- Adicione o sagu escorrido e cozinhe por mais 10 minutos, mexendo sempre, até que as bolinhas fiquem completamente transparentes e absorvam o sabor do vinho
- Retire do fogo e deixe esfriar antes de servir.
Beurre Blanc de Vinho de Uva Goethe
Ingredientes:
- 100 ml de vinho branco de uva Goethe
- 1 colher de sopa de vinagre de vinho branco (ou suco de limão)
- 1 colher de sopa de cebola chalota bem picada (ou cebola branca)
- 100 g de manteiga gelada cortada em cubos
- Sal e pimenta-do-reino branca a gosto
Modo de Preparo:
- Redução do vinho: em uma panela pequena, coloque o vinho Goethe, o vinagre (ou suco de limão) e a cebola picada. Leve ao fogo médio e reduza até restar aproximadamente 2 colheres de sopa de líquido
- Incorporação da manteiga: abaixe o fogo e comece a adicionar os cubos de manteiga aos poucos, mexendo constantemente com um fouet ou colher de pau para emulsificar o molho
- Ajuste de temperos: tempere com sal e pimenta-do-reino branca a gosto. Se quiser um molho mais liso, coe antes de servir.
Servir imediatamente: o beurre blanc deve ser servido quente e não pode ser reaquecido, pois pode talhar.
Vinagrete de Pimenta Cambuci
Ingredientes:
- 5 pimentas Cambuci (sem sementes, cortadas em cubos bem pequenos)
- 1 cebola roxa média (cortada em cubos bem pequenos)
- 2 colheres de sopa de salsinha ou coentro picado
- Suco de 1 limão
- 3 colheres de sopa de vinagre de maçã ou vinho branco
- 4 colheres de sopa de azeite de oliva
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de Preparo:
- Pique bem pequeno a pimenta Cambuci e a cebola roxa
- Misture tudo em uma tigela
- Adicione os temperos: suco de limão, vinagre, azeite, sal e pimenta-do-reino. Mexa bem
- Cubra e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos antes de servir para intensificar os sabores.
Dicas:
- Se quiser um toque adocicado, adicione uma pitada de açúcar ou mel.
- Para mais acidez, aumente o vinagre ou o limão.
Perfeito para acompanhar carnes grelhadas, peixes ou até ser servido com torradas.
A estrela da mesa
Fotos: Marcelo Feble
Uma panela fumegando no fogão a lenha…
Vinho, uma roda de gente em torno da mesa…
Só não pode faltar uma coisa…
O queijo artesanal.
A cena é típica de uma casa dos Campos de Cima da Serra.
Aqui, o queijo é mais do que um ingrediente, mais do que um produto qualquer.
É a memória e a cultura das famílias açorianas que vieram para a região.
Quando chegaram à serra, os imigrantes trouxeram todo o saber-fazer da sua terra natal.
O queijo de vaca e de cabra, como faziam antes no Arquipélago de Açores, inspirou toda a produção que viria a se tornar uma marca da serra catarinense. Queijo Artesanal Serrano dos Campos de Cima da Serra tem Indicação Geográfica e a garantia de ser feito do mesmo jeito há séculos.
Leite fresco, coalho e sal. Uma tábua de araucária para curar por sessenta dias e pronto.
Este processo aparentemente simples é a essência do produto, que precisa ser feito logo em seguida da ordenha da vaca.
Quer saber mais?
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A grandeza do Queijo Artesanal Serrano
Veja como foi a apresentação da IG Queijo Artesanal Serrano dos Campos de Cima da Serra no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Queijo serrano e batata em duas versões
Gratin Dauphinois é um prato francês tradicional de batatas gratinadas, feito com finas fatias de batatas assadas em leite gordo até que a superfície do prato fique levemente tostada, o gratinado. Noz-moscada, alho, sal e pimenta-do-reino dão personalidade a esse clássico e, por vezes, queijo Gruyère francês é adicionado à receita, rebatizando a receita como Gratin Savoyard.
O nosso Gratin Savoyard será feito com o queijo artesanal serrano curado, sobre uma fonduta do mesmo queijo com um tempo de cura menor. Há quem chame a fonduta de "prima da fondue" pois a “parente” italiana tem como base principal o queijo. Na Itália, a fonduta é preparada conforme o queijo de cada região, como o Grana Padano do Piemonte, o Parmigiano ou o Fontina!
Aqui, teremos o queijo artesanal serrano como estrela.
Batata Gratinada | Gratin Dauphinois
Tempo de preparo: 60 minutos + tempo de forno
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 600 gr de batata
- 250 ml de leite integral/gordo
- 150 g de nata fresca
- 2 g de sal (1 colher de café)
- 1 dente pequeno de alho
- 2 g de noz-moscada (1 colher de café)
- 40 g de manteiga sem sal (para untar e colocar sobre as batatas)
- 150 g de queijo artesanal serrano muito curado ralado
Modo de Preparo:
- Lave bem as batatas antes de descascá-las. Depois de descascadas, não lave mais as batatas para não retirar o amido
- Descasque as batatas e corte em fatias finas
- Em uma panela grande, coloque a nata fresca e o leite
- Tempere com o sal, a noz-moscada ralada e o alho ralado fino
- Leve ao fogo médio-baixo e deixe ferver levemente
- Deixe esfriar este creme e junte 2/3 do queijo ralado fino
- Unte uma forma ou panela de ferro com bastante manteiga e arrume as fatias de batatas em camadas alternando com o creme
- Coloque pedacinhos de manteiga fria sobre as batatas. Eles irão ajudar a gratinar a batata
- Asse em forno pré-aquecido a 120 graus por cerca de 3 horas, até que as batatas fiquem macias
- Retire do fogo e deixe esfriar
- Porcione e salpique o restante do queijo sobre as batatas e leve ao forno muito quente até que o queijo doure.
Temos o Gratin Dauphinois!
Fonduta de queijo artesanal serrano
Tempo de preparo: 25 minutos
Ingredientes:
- 200 ml de creme de leite
- 75 g de queijo artesanal serrano ralado fino
Modo de Preparo:
- Aqueça o creme de leite
- Acrescente o queijo aos poucos mexendo sempre para derretê-lo
- Ao final, mixar para deixar um creme homogêneo.
Espuma de tomates
Tempo de preparo: 25 minutos
Ingredientes:
- 400 g de tomates maduros
- 40 ml de azeite extra virgem
- Pimenta branca moída a gosto
- Sal a gosto
Modo de Preparo:
- Leve os tomates em uma assadeira ao forno muito quente
- Quando começar a caramelizar, retire do forno e deixe esfriar um pouco
- Passe o tomate por uma peneira muito fina
- Misture o azeite
- Tempere com sal e pimenta e processe bem com o mixer
- Passe novamente por uma peneira muito fina
- Coloque em uma garrafa sifão com duas porções de gás ou processe no mix até ficar com uma espuma.
O mel que brota da árvore
Fotos: Angélica Luersen
Quando o tronco da árvore Bracatinga recebe a visita da cochonilha, um tipo de inseto sugador, o processo se inicia.
A partir da seiva da planta, o inseto produz um líquido açucarado que fica preso na pontinha de pequenos fios.
Com esta secreção, a árvore aguarda outra visita fundamental: a abelha.
É ela quem coleta o líquido para transformar em mel de melato.
Um verdadeiro espetáculo em que cada um executa seu papel e, no fim, se produz um produto único no mundo, o Mel de Melato de Bracatinga.
É no Planalto Sul Brasileiro que tudo acontece.
Típica da Floresta Ombrófila Mista, a Bracatinga tem impacto não só na paisagem cenográfica junto às araucárias, mas também na vida e nos costumes de famílias locais que vivem do Mel de Melato.
Menos açúcar, mais minerais, potássio e fósforo.
As propriedades nutricionais já seriam o bastante para a fama do produto, mas ainda tem mais: de sabor marcante, o mel vem conquistando cada vez mais reconhecimento, como a Indicação Geográfica. Mérito dos produtores locais, que se uniram há mais de 20 anos para criar a Associação Molimel.
Ele é um dos apicultores que vivem da atividade na comunidade catarinense de Maquinista Molina, município de Porto União.
Apaixonado pelas abelhas e pelo Mel de Melato de Bracatinga, ele luta pela sobrevivência da população rural e seu conhecimento tradicional.
Mais do que isso, ele luta pela preservação da natureza que conduz o espetáculo.
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O mel que brota da árvore
Veja como foi a apresentação da IG Mel de Melato de Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Pato defumado com berinjela, queijo serrano e mel de melato de bracatinga
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 1 peito de pato defumado do Quintal di Catarina
- 1 berinjela
- 1/2 unidade de queijo colonial
- 250 g de mel de melato de bracatinga
- 50 g de castanha de caju tostada
- 50 g de castanha do Pará
- 200 ml de azeite extra viagem
- 50 ml de vinagre de framboesa
- 3 ramos de alecrim
- 5 ramos de tomilho limão
- 3 dentes de alho
- Folhas de rúcula selvagem
- Flor de sal a gosto
- Pimenta do reino preta a gosto
Modo de Preparo:
- Fatie as berinjelas no comprimento em uma espessura que pese 30 g e reserve.
- Corte o queijo colonial no peso de 30 g, reserve.
- Fatie o peito de pato defumado em fatias de 10 g e reserve.
- Junte o azeite, alho amassado e as ervas, aqueça a 60 graus e reserve.
- Tempere a berinjela com sal e pimenta do reino, grelhe cada fatia dos dois lados com o azeite de ervas reservado.
- Grelhe o queijo colonial e reserve para montagem.
- Em um prato disponha o queijo grelhado, a berinjela grelhada e dobrada sobre o queijo, regue com uma colher generosa de mel de melato de bracatinga. Ao lado, disponha três ou quatro fatias de peito de pato defumado.
- Tempere a rúcula com vinagre de framboesa e disponha sobre o pato. Finalize com as castanhas quebradas e raladas e flor de sal.
Um sonho de vinho nas asas de um pássaro
Fotos: Angélica Luersen
Esta é a paisagem típica de um sonho.
Mais do que sonho: uma realidade que se transformou em marca registrada do território.
Lá do alto da serra catarinense, a mais de 900 metros acima do mar, se faz um vinho único, o chamado Vinho de Altitude. A altura e as baixas temperaturas não são os únicos fatores determinantes para a qualidade da bebida.
O tipo de solo também é crucial para produzir a uva certa.
Nesta região da serra há um segredo escondido embaixo da terra: o solo basáltico é o que traz ainda mais complexidade e acidez para a bebida.
Quando visitava Santa Catarina, o casal capixaba Thaís e Paulo Gaudio percebeu esse tesouro e decidiu ficar.
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Nas alturas, a realização de um sonho
Veja como foi a apresentação da IG Vinhos de Altitude de Santa Catarina no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Degustação e harmonização de 5 vinhos de altitude de SC
VINÍCOLA ABREU GARCIA
Espumante Rosé Brut
- Origem/terroir: Campo Belo do Sul, Santa Catarina
- Variedades: Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Merlot
- Método de elaboração: Tradicional
- Teor alcoólico: 12,7%
- 12 meses de autólise
Para que seja possível elaborar um espumante tão delicado a partir de variedades potentes, é feita a seleção criteriosa dos cachos de 20 a 30 dias antes da colheita final para que seja preservada a acidez, o que confere refrescância e jovialidade em taça. Seleção manual das bagas, prensagem delicada para extrair somente a parte nobre da uva e fermentação em garrafa por 12 meses consolidam o êxito deste produto.
Notas de degustação: cor rosa claro, semelhante aos rosés da região da Provence (FRA), perlage fina e persistente. Aromas que remetem a mirtilo, physalis, cassis, framboesa e amora. Essas notas se confirmam em boca, além da acidez vibrante.
Sugestões de harmonização: sua acidez é um ótimo contraponto para saladas, frutos do mar, entradas como camarão à milanesa, sushis e sashimis.
VINÍCOLA GAUDIO
Vitória Sauvignon Blanc
- Origem/terroir: Urupema, Santa Catarina
- Variedade: Sauvignon Blanc
- Teor Alcoólico: 13,5%
Vinhos elaborados a partir de uvas provenientes de vinhedos a 1150 metros de altitude. Com verões amenos e invernos rigorosos, o clima da cidade mais fria do Brasil favorece na preservação de aromas e equilíbrio da acidez. Colheita manual, com baixa produção por planta, a fim de enaltecer características das uvas e aportar maior complexidade ao vinho.
Notas de degustação: apresenta aromas de frutas brancas tropicais como pera, melão, maçã verde e maracujá e leve toque mineral. Coloração amarelo palha, em boca bastante frescor, intenso e excelente acidez. Aromas de boca de graviola e maçã verde, retrogosto de médio pra longo.
Sugestões de harmonização: devido à sua leveza e complexidade de aromas, é ótimo para acompanhar moqueca capixaba, queijo artesanal serrano de massa delicada e peixes de sabor leve.
VINÍCOLA PERICÓ
Equação Rosé
- Origem/terroir: Distrito de Pericó, Santa Catarina
- Variedade: 100% Pinot Noir
- Teor alcoólico: 11,5%
Notas de degustação: cor rosa salmão brilhante, aromas frutados intensos nos quais se destacam abacaxi, morango, amora, pêssego, maçã e cítricos. Em boca é seco, harmônico e com acidez equilibrada, leveza e boa persistência, com retro olfato agradável.
Sugestões de harmonização: a acidez presente vai muito bem com pizza de linguiça Blumenau, quiches e lasanhas de vegetais, embutidos como copa e salame.
VINÍCOLA SERRA DO SOL
Sangiovese
- Origem/terroir: Urubici, Santa Catarina
- Variedade: Sangiovese
- Teor alcoólico: 13%
Notas de degustação: boa intensidade aromática, com aromas de frutas vermelhas mescladas com notas de cereja, framboesa e de especiarias que se harmonizam num conjunto complexo de aromas. Na boca com corpo médio e boa estrutura, elegante e harmônica. Taninos ainda vivos, mas maduros e um longo final de boca.
Sugestões de harmonização: por ser um vinho de corpo médio, é ideal para acompanhar carnes vermelhas leves, como filé mignon grelhado, e se a opção for vegetariana/vegana, vai muito bem com um molho de tomate perfumado com ervas frescas, tais quais alecrim e/ou manjericão.
VINÍCOLA HIRAGAMI
Torii Sauvignon Blanc Licoroso
- Origem/terroir: São Joaquim, Santa Catarina
- Variedade: Sauvignon Blanc
- Teor alcoólico: 17%
- 18 meses de envelhecimento em barrica de carvalho
- 20 anos de estimativa de guarda
Proveniente do vinhedo de maior altitude da região, este vinho tem complexidade de aromas e sabores, uma experiência surpreendente.
Notas de degustação: coloração amarelo dourado, aromas elegantes e complexos de frutas tropicais maduras como calda de maçã, casca de laranja, pêssego e algo de maracujá, mesclados com notas de amêndoas. Na boca é doce, porém com excelente equilíbrio entre o doce, o álcool e o frescor da acidez.
Sugestões de harmonização: pode ser degustado sozinho após uma refeição ou então pode acompanhar sobremesas como uma torta de maçã Fuji.
Os vales da fruta mais doce
Fotos: Fellipe Abreu
Desde que a Banana da região de Corupá recebeu a Indicação Geográfica, o território também passou a atrair a atenção dos paladares mais exigentes.
Caminhões entram e saem das propriedades produtoras de banana. A demanda se tornou ainda maior com a fama da fruta, que antigamente era transportada com carroças, zorras e carros de boi.
O solo resistente e o clima são alguns dos fatores que garantem à Banana de Corupá a doçura perfeita - e o merecido título de banana mais doce do Brasil.
A produção local tem mais de 150 anos e hoje é continuada por mais de 600 famílias como a de Conrado, produtor que vê na banana não apenas uma fruta de qualidade, mas uma homenagem à própria história.
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A banana mais doce do Brasil
Veja como foi a apresentação da IG Banana da Região de Corupá no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Danoninho de banana com farofa de castanhas
Esse iogurte cremoso combina o dulçor natural das bananas fermentadas com a textura aveludada das castanhas de caju, criando um alimento rico em probióticos e sabor.
Passo 1:
(rende duas porções)
Fermentação da Banana de Corupá
- Escolha 5 bananas bem maduras, com a casca quase translúcida, para garantir um bom teor de açúcares e microrganismos naturais
- Amasse bem as bananas e coloque-as em um pote de vidro esterilizado
- Cubra o pote com um pano ou tampa furada para permitir a entrada de ar
- Armazene em um local escuro e quente por 3 dias. No primeiro dia, você já verá bolhas se formando, indicando o início da fermentação.
Passo 2:
Fermentação da Castanha de Caju
- Lave 1 xícara de castanhas de caju cruas e coloque em um recipiente de vidro
- Ferva 2 xícaras de água e despeje sobre as castanhas, cobrindo-as completamente
- Adicione o suco de 1 limão ou 2 colheres de sopa de vinagre de maçã, ajustando a quantidade até que a água fique levemente ácida
- Deixe as castanhas hidratando por 24 horas em temperatura ambiente
- Após esse período, observe se há sinais de fermentação (pequenas bolhas ou leve aroma ácido): se sim, prossiga com a receita; se não, leve o pote à geladeira e deixe fermentar por até 5 dias para um processo mais seguro.
Passo 3:
Preparação do Danoninho
- Escorra as castanhas fermentadas, reservando um pouco do líquido
- No liquidificador, bata as castanhas com as bananas fermentadas até obter um creme homogêneo. Se necessário, adicione pequenas quantidades da água da fermentação para ajustar a textura
- Transfira para um pote de vidro esterilizado, tampe e deixe repousar por mais 12 horas em temperatura ambiente para desenvolver mais sabor
- Leve à geladeira por pelo menos 4 horas antes de consumir.
Passo 4:
Preparação da Farofa de Castanhas
- 1 xícara de castanha-do-pará picada grosseiramente
- 1 xícara de flocos de milho sem açúcar
- 2 colheres de sopa de açúcar demerara ou mascavo
- 1 colher de sopa de óleo de coco
- Aqueça uma frigideira em fogo médio e adicione o óleo de coco
- Acrescente as castanhas-do-pará picadas e toste por 2 a 3 minutos, mexendo sempre para não queimar
- Adicione o açúcar, misturando bem até o açúcar começar a derreter levemente
- Coloque os flocos de milho e mexa por mais 1 minuto, apenas para incorporar os sabores e deixar tudo crocante
- Retire do fogo, deixe esfriar completamente e armazene em um pote hermético.
Como consumir o Danoninho:
Sirva com a farofa de castanhas ou granola e, se quiser deixar ainda mais gostoso, adicione frutas e melado. Esse iogurte pode ser usado como base para smoothies e sobremesas. Dura até 5 dias na geladeira.
Pomar dos sonhos
Fotos: Angélica Luersen
Aos poucos, desfizeram as malas e juntaram esperanças para esse novo começo. Um começo de cor vermelha!
Com sabor doce e textura suculenta, a Maçã Fuji foi trazida do Japão e adaptada facilmente à geografia e ao clima serrano.
Hoje com Indicação Geográfica, a Maçã Fuji da região representa a força de uma comunidade que se une há 50 anos em torno do cooperativismo.
Atualmente com apoio da Sanjo, muitos fruticultores têm como principal fonte de renda a fruta de origem japonesa, mas que hoje já pode se considerar catarinense. As temperaturas baixíssimas aos 1.100 metros de altitude na serra é o que dá à Fuji as características fundamentais para manter a qualidade.
Se a maçã tem sabor de tradição, a flor de macieira tem o cheiro de uma memória.
É o retrato da família de seu Yuri, que veio para o Brasil na década de 1950. As memórias da infância junto ao pomar estão sempre presentes na atividade que hoje ele compartilha com o filho.
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Uma vida nova colorida de vermelho
Veja como foi a apresentação da IG Maçã Fuji da Região de São Joaquim no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Rosbife de língua de boi com dry rub de erva-mate, roti de maçã, cidró, picles de maçã e canola
Língua - 1° Etapa
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 1 unidade de língua bovina
- 100 g de cebola
- 100 g de cenoura
- 100 g de salsão
- 100 g de alho poró
- 100 g de maçã Fuji
- 3 litros de água
- 1 garrafa 750 ml de vinho tinto
- 1 litro de suco de maçã
- Grãos de pimenta-do-reino a gosto
- 2 unidades de folhas de louro
- 30 g de mel da serra
Modo de Preparo:
- Coloque todos os ingredientes em uma panela e cozinhe em fogo médio por 2 horas, verificando se a língua está macia.
- Retire a língua da panela e remova a camada externa ("pele"). Reserve.
- Coe os legumes e reduza o caldo em fogo baixo, deixando em aquecimento por cerca de 1 hora, até que fique levemente espesso e concentrando todos os sabores.
Língua - 2° Etapa
Ingredientes:
- 75 g de açúcar mascavo
- 10 g de alho em pó
- 15 g de páprica doce
- 15 g de pimenta-do-reino moída
- 10 g de semente de mostarda moída
- 75 g de sal
- 10 g de erva-mate
- 10 g de maçã Fuji desidratada
Modo de Preparo:
- Bata todos os temperos no liquidificador ou processador de alimentos.
- Envolva a língua com os temperos batidos. Aperte bem a mistura de temperos contra a peça de língua para que tenha aderência. Reserve.
OPCIONAL: Defume-a a 85°C por 1 hora.
Conserva de Maçã
Ingredientes:
- 2 maçãs Fuji cortadas finamente em tiras ou formato desejado
- 100 ml de vinagre de maçã
- 2 colheres de sopa de saquê culinário (Mirin)
- 5 colheres de sopa de açúcar
Modo de Preparo:
- Misture todos os ingredientes em um recipiente. Sirva bem gelado.
Finalização
Em um prato coloque o chips crocante da sua preferência, as fatias de língua, a conserva de maçã e por cima, uma boa quantia de roti de maçã. Finalize com folhas ou microverdes de sua preferência.
A erva da luz e da sombra
Fotos: Fellipe Abreu
Um raio de sol passa entre os galhos da araucária…
Quando Hedina Schiessl (à esquerda na foto acima) era criança e ganhou a primeira cuiazinha da avó, não sabia que estava prestes a experimentar mais do que uma bebida. Ela agarrava o fio da continuidade!
No Rancho do Barbaquá, Hedina e o marido ajudam os pais dela a manter a produção da erva que em 2022 ganhou Indicação Geográfica.
Um produto que, no encontro com a água quente, faz borbulhar uma história de séculos.
Uma tradição que começa nos povos originários e se estende a todos que vivem na região - e até aos recém chegados que sempre são bem-vindos a visitar o rancho e desfrutar dos prazeres mais simples.
Um nascer do sol regado a uma boa prosa e um saboroso chimarrão.
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À sombra de araucárias: assim nasce um erva-mate especial
Veja como foi a apresentação da IG Erva-mate do Planalto Norte Catarinense no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Blondie de chocolate branco, erva-mate e framboesa
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 140g de chocolate branco
- 250g de manteiga
- 4 ovos
- 300g de açúcar refinado
- 120g de farinha de trigo
- 100g de amêndoas laminadas
- 200g de framboesas
- Erva-mate a gosto
Modo de Preparo:
- Em uma vasilha de vidro derreta no microondas ou em banho maria o chocolate picado ou em gotas e a manteiga em cubos pequenos
- Em um outro bowl coloque os ovos e o açúcar, misture, não precisa bater, só misturar
- Junte as duas partes e misture
- Peneire a farinha de trigo e mexa
- Unte uma forma e forre com papel manteiga
- Acrescente a mistura e espalhe
- Espalhe na mistura as framboesas
- Pique na ponta da faca as amêndoas grosseiramente e espalhe por cima
- Pré-aqueça o forno a 170 graus e asse por aproximadamente 30 minutos (cada forno tem um tempo específico)
- Deixe esfriar, retire o papel manteiga da base e corte no tamanho desejado.
Ganache de erva-mate
Ingredientes:
- 200g de chocolate branco
- 100g de creme de leite (caixinha)
- Erva-mate a gosto
- Raspas de limão siciliano
Modo de Preparo:
- Derreta o chocolate branco
- Aqueça o creme de leite e misture no chocolate derretido
- Acrescente a erva-mate peneirada
- Coloque raspas de limão siciliano e homogeneize
- Mexa com o mixer de mão
- Coloque na geladeira e deixe refrigerar por algumas horas antes de usar.
Monte como achar melhor para o consumo. Use a criatividade!
A comida típica da colônia
Fotos: Fellipe Abreu
Chegar em uma terra nova não significa abandonar as raízes.
Pelo contrário, os desafios de uma vida nova muitas vezes fazem com que o imigrante valorize ainda mais seu conhecimento tradicional.
Foi o que aconteceu aos primeiros colonos alemães que chegaram à região do Vale do Itajaí e Alto Vale do Itajaí, no século XIX.
Para sobreviver à mudança, era preciso usar a criatividade e fazer render suas receitas típicas, como a linguiça artesanal, produto que ao longo do tempo se tornou símbolo da colônia em Santa Catarina.
Produzida com carne suína e defumada com serragem e carvão, a Linguiça Blumenau recebeu Indicação Geográfica porque é ainda feita como antigamente.
Em alguns frigoríficos, até a forma de amarrar ainda é antiga: feita com as mãos.
Eles fazem questão de produzir a linguiça do mesmo jeito que os pais, avós e bisavós faziam. No frigorífico, localizado em Pomerode, cidade mais alemã do Brasil, tradição é um valor inabalável.
Trabalhando com os mesmos fornecedores de suínos há anos, eles prezam pela qualidade e pela garantia de que a linguiça artesanal alemã siga preservada na memória e no paladar.
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O sabor remanescente da Colônia Blumenau
Veja como foi a apresentação da IG Linguiça Blumenau no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Bolinho caipira de linguiça Blumenau
Ingredientes:
(rende duas porções)
Para a massa:
- 250 g de farinha de milho flocada (farinha biju)
- 4 colheres de sopa de farinha de mandioca fina
- 500 ml de água morna
- 1 colher de chá de sal fino
Para o recheio:
- 100 g de linguiça Blumenau patê
- 50 g de carne moída (patinho)
- 50 g de cebola picada
- 10 g de alho bem picado
- Suco de 1 limão Tahiti
- Cheiro verde a gosto (salsinha e cebolinha)
- Sal e pimenta a gosto
Modo de Preparo:
- Coloque o óleo e a água para esquentar numa panela
- Num refratário coloque a farinha de milho flocada, a farinha de mandioca e o sal. Misture bem
- Quando a água estiver quente, adicione na mistura seca e mexa bem com a ajuda de uma colher até que incorpore bem a água. Quando esfriar um pouco, sove bem a massa até ficar uma massa bem lisa
- Numa outra tigela misture bem a carne com a linguiça Blumenau e todos os outros ingredientes, tempere com sal e pimenta e cheiro verde a gosto
- Pegue um punhado da massa e faça uma bolinha (50 g), abra no centro da bolinha um buraco e abra a massa como se fosse rechear uma coxinha. Adicione o recheio e feche, como se fosse fazer um quibe
- Se a massa ameaçar quebrar, molhe a ponta do dedo e “conserte as rachaduras”
- Frite em óleo quente até formar uma casquinha crocante por fora.
Coma quentinho!
Bebida como nenhuma outra
Fotos: Fellipe Abreu
Esta é a terra da aguardente e da cachaça artesanal, onde se faz bebida como nenhum outro lugar no país.
É a garantia da Indicação Geográfica recebida em 2024, reconhecimento que faltava para valorizar ainda mais o produto local.
O motivo de não haver cachaça igual a essa está na origem de tudo: aqui, a fermentação é feita a partir de melado e leveduras nativas que só existem nesta região.
Hoje, ele e o filho Carlos dividem as atividades.
O trabalho no alambique fica com o filho. Cuidar da roça e cortar cana é algo que o pai não abre mão de jeito nenhum.
Um contato com a própria terra que o faz sentir mais perto dos familiares que já partiram e de lembrar sempre que o melhor da produção da Cachaça de Luiz Alves está na terra e nas conexões de amor.
Quer saber mais?
Assista ao minidoc:
Cachaça de Luiz Alves: tradição e inovação
Veja como foi a apresentação da IG Cachaça e Aguardente de Luiz Alves no Cozinha Show:
Sugestão de consumo:
Drink Mané Sanja
Ingredientes:
(rende duas porções)
- 80 ml de cachaça de Luiz Alves
- 80 g polpa de butiá
- 60 g polpa de maracujá
- 25 g (duas colheres de sopa) de açúcar
- 2 copos long drink
- Gelo a gosto
O drink pode ser preparado na coqueteleira ou no liquidificador.
Para a coqueteleira colocar a cachaça, açúcar, as polpas e parte do gelo, bater até o copo ficar bem gelado. Despejar em duas taças e colocar mais umas pedras de gelo para servir.
Para o liquidificador colocar todos os ingredientes, inclusive o gelo, bater bem. Nesse processo o drink fica mais cremoso por conta das pedras de gelo.