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Oficina LGBTQIA+ discute inclusão e acolhimento Casa rosa veio ao senado e conversou com colaboradores

A visita da equipe da Casa Rosa ao Senado Federal em junho teve como objetivo dialogar sobre inclusão, espaços seguros e acolhimento para a população LGBTQIA+.

Segundo o coordenador da Casa Rosa em Brasília, Pedro Gustavo Matias, a entidade vem promovendo workshops em escolas públicas e privadas, órgãos federais do Executivo, Poder Legislativo e empresas privadas. Matias acredita que o incômodo provocado pelas minorias sexuais geram situações de violência. O trabalho da Casa Rosa visa criar espaços de segurança em todas as esferas e em todas as políticas.

— Temos uma cidadania judicializada. Não é uma experiência cidadã naturalizada, como acontece com as outras pessoas, que nascem e já são inseridas naturalmente. Esta não é uma experiência vivida pelas minorias. Devemos deixar claro que uma cidade segura para uma mulher lésbica ou para uma pessoa trans será uma cidade segura para todos.

De acordo com o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil, em 2022 pelo menos 228 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas de forma cruel em 2022. Houve ainda 30 suicídios registrados e 15 falecimentos por causas diversas, totalizando 273 mortes violentas. Desse total, quase 60% eram travestis e mulheres transgênero.

Em sua palestra, Pedro Gustavo abordou a necessidade de se explicar a população em geral os benefícios que todos terão com políticas inclusivas e com a criação de espaços seguros. Segundo ele existe um medo de que o padrão heteronormativo não seja atendido por esses novos espaços, o que não é correto. Ele citou o Senado como modelo para criação destes espaços.

—- Temos representatividade aqui. Quem melhor do nós para representarmos e ocuparmos estes lugares para decidir como devem ser os espaços a serem criados.

Veja abaixo uma entrevista com Pedro Gustavo Matias da Casa Rosa

Também em junho foi lançada a nova edição do Guia de inclusão e diversidade LGBTQIA+. Na cerimônia realizada no saguão da Biblioteca, colaboradores e autoridades destacaram a importância histórica desta iniciativa.

A diretora-geral, Ilana Trombka, usou o espaço para dizer que o parlamento precisa ser adequado às necessidades específicas de grupos oprimidos quando o assunto é política pública. Ela lamentou, contudo, que por vezes veja o Senado como uma "ilha" na proposição desse tipo de avanço.

Pedro Matias (Casa Rosa),Mirella Martins Oliveira (Centro de Referência Especializado de Assistência Social - Creas) e Ilana Trombka (Senado Federal).

— O lançamento desse guia é mais um passo para termos orgulho de onde trabalhamos. Quando falo todos e todes, falo de mulheres, negros, pessoas com deficiência, me refiro a quem sofre gordofobia, falo de qualquer grupo que precise de um olhar diferenciado. Cada um vai ter da administração a atenção que precisa e merece. O Senado representa todos os cidadãos. Então não faz sentido não incluir [as minorias]. Que bom que estamos fazendo, mas fico triste por outros ainda não estarem fazendo — ressaltou.