Os atos de vandalismo sofridos pelo Senado no dia 8 de janeiro deste ano provocaram muito mais do que estragos físicos. Para além das perdas, algumas delas irreparáveis, estão as marcas na história não apenas do Brasil, mas de todo o mundo. São fatos que precisam ser constantemente lembrados para que nunca mais se repitam. Nesta perspectiva e como uma forma de manter esta memória viva, foi lançada, em 18 de abril, a exposição Reflexões do Senado - 100 dias da Invasão, com 50 registros fotográficos de profissionais da mídia comercial e da institucional, vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Casa.
Localizada no Salão Negro, a mostra ficou aberta ao público até o dia 26 de abril. A curadoria das imagens e a intermediação com os profissionais que disponibilizaram seus trabalhos ficou a cargo da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Presente no evento de abertura, a diretora-geral Ilana Trombka, falou sobre o impacto desses acontecimentos na história do país e enalteceu o fato de o Parlamento e as demais instituições atingidas terem se mantido de pé e de cabeça erguida.
— Essa exposição é importante para que a gente mantenha viva a sensação e a memória do ocorrido. Nós precisamos dar a esse episódio a gravidade que ele tem e precisamos responder à altura. E responder à altura é valorizar as informações verdadeiras e ter uma batalha contra as fake news, contra as bolhas de comunicação para que nunca mais as pessoas achem que derrotar os poderes é derrotar a democracia. A democracia sobrevive em virtude dos seus poderes — explicou.
Presente no evento, o 1º vice-presidente, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), elogiou o trabalho dos policiais legislativos no dia do ataque. Na ocasião, ele representou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que estava ausente no período, em missão internacional,
Pedro Ladeira, fotojornalista da sucursal da Folha em Brasília, disse que a memória de um povo vai sendo construída a partir de fotos, vídeos e relatos. Em tempos de fake news e imagens criadas por computadores, o trabalho do fotojornalista torna-se ainda mais essencial, afirma o profissional.
— Cabe aos fotógrafos e cinegrafistas, o front dessa batalha. Nas grandes coberturas, somos os primeiros a chegar e os últimos a sair. E em 8 de janeiro não foi diferente disso. Imagina o que seria dessa cobertura tão importante sem o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas? — disse Pedro.
Para realizar a exposição, foi necessário um trabalho conjunto entre diversas áreas, como a Diretoria-Geral do Senado (DGer), a Secretaria de Gestão de Informação e Documentação (SGidoc) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom).
Fotógrafos que tiveram seus trabalhos expostos:
- Evaristo Sá/Agência France-Presse
- Marcelo Camargo/Agência Brasil
- Ton Molina/Agência FotoArena
- Maria Fátima Freire/Agência Futura Press
- Jefferson Rudy/Agência Senado
- Edilson Rodrigues/Agência Senado
- Pedro França/Agência Senado
- Mateus Bonom/Anadolu Agency
- Luís Nova/Especial Metrópoles
- Gabriela Briló/Folha de S.Paulo
- Pedro Ladeira/Folha de S.Paulo
- Andressa Anholete/Getty Images
- Breno Esaki/Metrópoles
- Hugo Barreto/Metrópoles
- Igo Estrela/Metrópoles
- Matheus Veloso/Metrópoles
- Wey Alves/Metrópoles
- Cristiano Mariz/O Globo
- Adriano Machado/ Reuters
- Marcelo Clemente/TV Senado
- Eduardo Reis/TV Senado
Captação das imagens - O coordenador-geral de Comunicação Organizacional, Daniel Pinto, explica que a mostra teve o intuito de registrar o olhar fotográfico dos profissionais dos veículos de comunicação e também ser uma memória do que aconteceu em 8 de janeiro.
— Contribuindo, inclusive, para o fortalecimento da democracia. Em relação à captação das imagens, contamos com o apoio da nossa assessoria de imprensa, que solicitou junto aos veículos credenciados do Senado o envio de até cinco imagens que mostrassem a invasão ao prédio do Congresso e da Casa — disse.