O mineiro Alberto Santos Dumont, nascido em 1873, é reconhecido mundialmente como um dos pais da aviação. Em 1906, o voo do 14 Bis em torno da Torre Eiffel na cidade de Paris, marcou o início da grande aventura pelos céus do planeta. O homem podia finalmente voar. A exposição organizada pela Força Aérea Brasileira reuniu 150 imagens para marcar os 150 anos de nascimento de Santos Dumont e se encerrou em 30 de julho. O Salão Negro do Congresso recebeu fotos, vídeos, protótipos de aeronaves como balões e dirigíveis, além de réplicas de duas invenções de Santos Dumont: o 14 Bis e o Demoiselle. O segundo, menos conhecido, era usado por Santos Dumont para se deslocar dentro de Paris e fazer visitas aos amigos franceses!
A exposição conta alguns detalhes que explicam a trajetória de Santos Dumont rumo ao invento do avião. No final do século XIX, o pai dele, Henrique Dumont, possuía uma fazenda produtora de café no interior de São Paulo, região de Ribeirão Preto. A propriedade era tão extensa que foi possível construir uma ferrovia de 96 km dentro dela. O passatempo do garoto Santos Dumont era dirigir as locomotivas. Em função de uma queda a cavalo, Henrique Dumont se mudou com a família para a França em busca de tratamento no ano de 1891. Segundo relatos da época, os negócios dele foram vendidos por 6 milhões de dólares. Chegando a Paris, Santos Dumont se encantou com os motores a combustão e recebeu aulas de física, química e engenharia mecânica e elétrica.
Aos poucos ele se tornou íntimo da alta sociedade francesa, tendo se tornado amigo de Louis Cartier, criador da marca de relógios. Cartier, inclusive, elaborou um relógio de pulso a pedido do amigo para que ele visse a hora com mais segurança enquanto voava. Muitas histórias curiosas envolvem a vida de um dos brasileiros mais famosos da História. Segundo o pesquisador aeronáutico Maurício Inácio da Silva, é preciso reforçar o legado e apresentar Dumont para as novas gerações. Veja abaixo a entrevista com o pesquisador.
A cerimônia de inauguração da exposição contou com a presença do alto comando da Força Aérea Brasileira (FAB). Participaram os senadores Carlos Viana (PODEMOS-MG) e Izalci Lucas (PSDB-DF), além do ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho.
Izalci celebrou Minas Gerais como estado de origem de Santos Dumont e de Juscelino Kubistchek. Ele ainda aproveitou o momento para apontar a importância de concentrar esforços em tecnologia e teceu elogios ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Carlos Viana apontou o pioneirismo de Santos Dumont e sua relevância para a aviação moderna. Ele comparou o inventor e os membros da Aeronáutica a heróis.
— Herói é quem venceu a própria dificuldade e mudou a própria existência. Santos Dumont mudou todo o parâmetro do século em que esteve. Era uma época onde a ciência começava a brilhar e a mudar a visão de quem não aceitava o desenvolvimento — discursou.