O artesanato é um setor muito importante da cultura do município de Salgado. Relevantes na composição financeira, contribuindo para valorizar sua identidade cultural, gerar emprego, fixar o artesão em seu local de origem, promover a melhoria de qualidade de vida e contribuir para o desenvolvimento local.
Artesãos de diversas comunidades de Salgado participaram da entrevista. A primeira entrevista feita foi na sapataria de Joaquim Sousa de Mendonça, onde foi discutido o tema.
Ele produz: Redes de carroça, bolsas, cintos, percatas de couro, suporte para plantas, cordas e também vende facas e arreios para bois e cavalos. Joaquim já vendeu em roças mas atualmente vende em um lugar fixo.
Na atualidade, uma de suas dificuldades nas vendas de seus produtos é a desvalorização. O seu trabalho já não é tão valorizado como já foi antes.
"As vendas são poucas na verdade, já teve tempos que foi melhor mas tem um bocado de gente que não sabe fazer as coisas né aí me procuram aqui". Explicou o artesão.
Gervásia Dias Andrade foi a primeira artesã de Salgado. Ela fazia tamancos e varinhas para turistas que vinham tomar banho na piscina antiga (medicinal) localizada no bosque e suas filhas eram bordadeiras.
Sua neta Letícia de Andrade Mattos foi outra artesã entrevistada juntamente com sua parceira de trabalho Elenildes Francisca de Jesus. Letícia usou sua avó como inspiração e desde criança ela faz trabalhos artesanais (pinturas, bordado e macramé).
As técnicas de trabalho que se sobressaem são as rendas, a cestaria, as conchas do mar, o couro e o trabalho em madeira e pedras. Eles produzem: Cestas de cipó, garrafas, jogos de cozinha, pulseiras de couro, bonecas de linha e lă, conjuntos pintados e bordados. Eles vendem na rodoviária e no Parque Timbó. A maior parte dos seus clientes são pessoas de fora pois suas obras são desvalorizadas.
"Um chaveiro desse por exemplo em Aracaju é 35 reais aqui estou vendendo por R$:15 e ninguém está vindo comprar, eos materiais são os mesmos de lá" comenta Letícia Mattos
Costura Criativa é o nome do ateliê de Jareane Costa. Jareane além de ser professora do Centro Educacional Modelo é artesã. Ela faz peças personalizadas, toalhas, kit para cozinha, bolsas e panos de prato. Ela teve como inspiração sua mãe que fazia cursos de pintura e ela também gostava.
Erik Camilla Mendonça do Nascimento Ferro também é uma professora do Modelo e ela tem uma loja fisica de artesanato, chamada M&N Artesanato. Ela faz pinturas em tecidos e conjuntos, costura e faz pinturas em sabonetes decorativos e em toalhas. Ela teve como inspiração sua mãe pelos trabalhos que ela fazia (bordado).
"A dificuldade é de chegar ao público, tinha que ser mais valorizado." Explica Erik Camilla.
Historicamente, o artesão (ou a artesã) é responsável pela seleção da matéria-prima a ser usada, pelo projeto do produto a ser executado.
Com desenvolvimento de novas tecnologias que simplificam e agilizam o processo de produção, a figura do artesão perdeu seu espaço e nos dias de hoje é um trabalho bastante desvalorizado.